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"As vezes falta rumo e sobra perna, o jeito é andar".

sábado, 27 de junho de 2015



Eu sou o meu verbo no Imperativo.
Sou os amores que tive, as cidades que visitei.
Eu sou as minhas desistências.
Sou composta pelas minhas desesperanças, pelas insistências, pelas pedras do caminho.
Eu sou minhas noites de insônia, minhas madrugadas pensantes, minhas xícaras de café transbordando.
Sou meus mortos, meus vivos que convivem comigo, minhas memórias e minhas amnésias adquiridas.
Sou os amigos que mantenho, os fracassos que vivi e as vitórias que me vestem.
Sou meu texto mal acabado, meu cabelo desalinhado, minha saia mais rodada.
Sou também meus afetos mais sentidos e meus desafetos mais remotos.
Sou minhas rotas de fuga e meus mapas do caminho.
Sou meu esquadro, minha régua e meu compasso, mas sou também minha bússola quebrada.
Sou minhas reflexões, inclinações e decepções.
Sou gerúndio, sou predicado, sou sujeito.
Eu sou meu sujeito menos oculto, o mais desbravado, aquele que principia no texto.
Eu sou uma estranha conhecida.
Sou a vastidão do querer-se bem e do cuidado compartilhado.
Eu sou aquela a quem se vê em plena construção. Sempre.
|Cláudia Dornelles

Um comentário:

Vania Lucia disse...

Que texto lindo!
Eu também sou...
Bjs