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"As vezes falta rumo e sobra perna, o jeito é andar".

quinta-feira, 11 de julho de 2013



O tempo deveria ter o ritmo dos nossos passos. Horas a menos para dias de trabalho exaustivo, minutos a mais para um café e idéias em ordem, um tempo maior para edredom, frio e pernas emboladas, horas perdidas no aconchego dos braços, pouco tempo para gente que não te acrescenta em nada, muito tempo para beijos melados de balas, tempo em câmera lenta para contar estrelas, dias inteiros para sentar no parque, ler um livro, falar com os amigos. Quero pantufas de minutos confortáveis. 

   Renata Fagundes




domingo, 7 de julho de 2013




Ela atravessou aquela ponte. Não sem antes esperar, esperar, esperar e voltar, voltar tantas e quantas vezes achou necessário ou simplesmente porque a esperança teimou. A esperança teimou longamente deixando-a exposta ao calor, à úmidade,ao pavor, ao frio de noites sem fim,lua após lua, teimando nas impossibilidades.
Nesse tempo, cultivou flores, e se arranhou em espinhos. Sofreu a dor da solidão e amanheceu sozinha em muitos Natais. E para além de todas as curvas do caminho, ela acreditava. Acreditava nas manhãs que sempre vinham, acreditava no jardim que sonhara, acreditava no amor que, se a rasgava, também a curava em águas de doação.
Até que um dia fez-se necessária a travessia. A mão do outro não se estendia... O pulo do gato não aconteceu. A pergunta necessária não foi feita, e a resposta cravou a garganta de certezas inomináveis.
Conta a lenda que ela transpôs a ponte, mas deixou nela uma sombrinha: um sinal de proteção contra as intempéries, um agrado para seu amor.
Não se sabe se ela foi devolvida, não se sabe se ele, um dia, atravessou a ponte...
Miryan Lucy