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"As vezes falta rumo e sobra perna, o jeito é andar".

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013


Poema de Natal


Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.
Vinicius de Moraes

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013




" Querido Noel, Dezembro está se afastando num impulso frenético. O caminho pra 2014 parece assolado por uma névoa branca. São respingos de um novo começo.
Há uma janela em meus olhos e uma porta de saída localizada no peito. Posso entrar novamente no passado e me deixar perder, ou posso fazer melhor, pular a janela dos olhos e deixar que minha alma negocie um caminho direcionado para novas conquistas.
É isso, Noel. Espero que dentro do seu saco de presentes tu encontres um recomeço bem bonito pra mim. Não precisa enfeitar muito, com fitas coloridas e papel de seda, embrulha num suspiro de vida, sopra em minha direção e eu agarro forte.
Se preferir coloca meu futuro/presente na caixinha do correio. Deixe lá a minha passagem para um futuro bom, meu passaporte de riso e a tolerância que as lágrimas me desencorajaram de sentir.
Que amanhã ou depois eu ainda possa acreditar, que eu possa retomar o que me foi tirado, com a mesma proporção de amor que eu guardo neste meu coração coberto de imaginação.
Não se renda, bom velhinho, à todas as chantagens voltadas pro desânimo que ronda os corações. É Natal, tempo de redenção e compaixão. Prepare as tuas renas e venha cantar Noite Feliz."
Sem mais, Noel! Beijo na barba branca.
(D. A)

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013








Dorme Dona Lua
A noite já não é sua
O dia já diz que vem
Repousa a cabeça cansada
Na beira da alvorada
Diz ao sol do amor que tem!
E não se esqueça Dona Lua
Que a minha varanda é sua
E também é do meu bem.
Aquele bem tão distante
Que não entendeu que o instante
tem por destino passar.
Amanhã de novo, lua,
volta pro meio da rua
Como eu volto o meu olhar
Pra tudo que é canto buscando
a ternura, o encanto, que eu dei
Mas ele não veio buscar!
Não se esqueça Dona Lua,
amanhã a noite é sua
Não é hora de minguar
Apareça linda e cheia
Ilumina a terra inteira
E dentro da minha algibeira
Guarde um raio do seu luar
Passe naquela varanda
onde plantei esperança
Mas nunca lá pude pisar.
Enquanto isso eu aprendo
com as fases que você tem
Se eu mínguo, eu também cresço,
me renovo 
E em cada cheia
Volto inteira
E sempre 
Amém!
Miryan Lucy