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"As vezes falta rumo e sobra perna, o jeito é andar".

domingo, 7 de julho de 2013




Ela atravessou aquela ponte. Não sem antes esperar, esperar, esperar e voltar, voltar tantas e quantas vezes achou necessário ou simplesmente porque a esperança teimou. A esperança teimou longamente deixando-a exposta ao calor, à úmidade,ao pavor, ao frio de noites sem fim,lua após lua, teimando nas impossibilidades.
Nesse tempo, cultivou flores, e se arranhou em espinhos. Sofreu a dor da solidão e amanheceu sozinha em muitos Natais. E para além de todas as curvas do caminho, ela acreditava. Acreditava nas manhãs que sempre vinham, acreditava no jardim que sonhara, acreditava no amor que, se a rasgava, também a curava em águas de doação.
Até que um dia fez-se necessária a travessia. A mão do outro não se estendia... O pulo do gato não aconteceu. A pergunta necessária não foi feita, e a resposta cravou a garganta de certezas inomináveis.
Conta a lenda que ela transpôs a ponte, mas deixou nela uma sombrinha: um sinal de proteção contra as intempéries, um agrado para seu amor.
Não se sabe se ela foi devolvida, não se sabe se ele, um dia, atravessou a ponte...
Miryan Lucy

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