Poesia é admirável
é sonhar acordado
é ser amigo do pensar
poesia é contar segredos da alma
é dizer com calma
tudo que queremos falar.

Poesia
é falar das dores
dos mistérios da vida
dos amores
é fantasiar...

poesia
é dançar balé
é conduzir a alma
para onde se quer.

Poesia
vem assim de repente
parece que o vento sopra no ouvido da gente
toda saudade, verdade, canção
palavras doces que vem do coração
poesia é vida, realidade, criação.

Parabéns a todos os poetas pelo seu dia!

Olha pra mim: sou o que sou; o que sempre fui - só que de outro jeito, com outro trejeito, mas ainda a menina, mulher que se destina sempre a amar. Sou assim: margarida no seu jardim, a água que corre naquela fonte, sino dos ventos na varanda, sou a lua inteira que prateia sua trilha ao caminhar. Sou folha que balança, sou andança; viro, giro e me arremesso; tropeço e ando devagar. 
Sei que o sorriso não tem preço, que o abraço cura e abre espaço para amar. Sei que a vida tem fim e que o mais duro da vida é não poder ter no meu barco quem eu queria perto de mim. Mas se navegar é preciso viver é preciso ainda assim!
Miryan Lucy)

"Odeio o fato da gente se parecer. Odeio o fato do teu sorriso ter me contagiado. Odeio o fato de meus olhos ficarem te acompanhando. Odeio o fato de você estar sempre por perto. Odeio o fato de nem saber teu perfume, mas já ama-lo. Odeio o fato de não poder ler teus pensamentos. Odeio o jeito lindo que você arruma os cabelos. Odeio o jeito suave e certeiro de como você anda. Odeio os gestos doces que faz com a mão. Odeio o brilho intenso dos teus olhos. Odeio as tuas fotos. Odeio gostar das mesmas músicas que você. Odeio ter planos parecidos com os teus. Odeio ter ideologias, teorias, fantasias iguais as tuas. Odeio a forma linda como você escreve. Odeio o timbre da tua voz macia. Odeio o vento que toca você no meu lugar. Odeio a lua que te observa do alto. Odeio o sol que brinca de te aquecer. Odeio as roupas que abrigam teu corpo. Odeio o travesseiro que você abraça. Odeio a cama que tu repousa. Odeio os carros que te locomovem. Odeio os amigos que te beijam. Odeio os versos que tu lê. Odeio todos que te leem. Odeio o ar que você respira. Odeio o seu coração que só bate por você. Odeio os prédios que te abrigam. Odeio os locais que te empregam. Odeio as pessoas que te cercam. Odeias as coisas que você cria. Odeio os locais que você frequenta. Odeio os professores, os livros e as matérias que te ensinam. Odeio os teus dentes, e lábios, e olhos, e nariz, e ouvidos, e mãos, e braços, e pernas, e pés, e peitos, e pausas. Odeio seu corpo. Odeio você. Talvez por isso digam que o ódio é o sentimento mais próximo do amor. Odeio achar que gosto de você."

 (Matheus Rocha)

(Secrets )

Eu nunca te dei nada. Só a minha poesia. Por isso você me doeu tanto!
Miryan Lucy

do ato solitário que é viver -

tem umas pessoas que são muito cidades
cheias dos caminhos becos ruas travessias 
umas pessoas sem tempo e nem espaço
cheias de subterrâneos puxados descaminhos caminhos cruzados 
pessoas que abrigam muitas outras 
pessoas que engolem regurgitam
que expulsam que tem esquinas
e quinas que ferem e são duras
existem pessoas muito cidades
que esfriam e que também aquecem
acolhem e depois dispersam
das quais vamos embora e não muito mais voltamos
existem pessoas muito cidades
às vezes cheias
de maneira tão vazia
às vezes vazias
de coisas tão cheias

(D.A)